
EDITAL EQUIDADE RACIAL
ACESSAR1º Blackface não é legal
Ao trabalhar a temática evite pintar o rosto de crianças brancas com tinta preta/marrom. Além de ofensivo, essa atitude não ajuda na conscientização dos estudantes. Ao invés disso, chame para o centro da atividade os estudantes que realmente são negros. O/a aluno/a não-negro/a deve entender que tem um papel importante na construção de uma sociedade igualitária e na valorização da cultura afro-brasileira mesmo não sendo negro. (Em tempo, para entender melhor porque essa atitude não promove a igualdade e é preconceituosa, entenda como o blackface surgiu neste texto da blogueira negra Charô Lastra: Blackface, yes we can!)
2º Palha de aço não é material didático
Não raro ainda insistem em representar o cabelo crespo com palha de aço em atividades escolares. O problema desse “recurso” é que “cabelo bombril” é justamente um dos xingamentos mais comuns usado contra negras e negros. Ou seja, uma forma depreciativa de se referir ao cabelo crespo. Ao invés disso, incentive as crianças negras a dizerem como gostariam de ter o cabelo representado – bolinhas de papel crepom, macarrão parafuso, desenho livre a mão, feijão preto etc.
3º Somos livres!
A escravidão deixou um legado de desigualdade indiscutível. Exatamente por isso, positivar a imagem do negro e da negra brasileira é tarefa constante e o primeiro passo é fugir da velha imagem do escravo acorrentado que aguarda passivo sua libertação. Ao invés disso, se for falar do passado, busque os reis e rainhas africanos/as e negros/as brasileiros/as que se destacaram na luta pela liberdade como Dandara, Zumbi, Luiza Mahin.
4º O cabelo é bom, ruim é o racismo
Cuidado ao se referir ao cabelo das crianças como “ruim , duro, pixaim”. No lugar use palavras como “crespo”. “enrolado”, “afro”.
5º Cuidado com a síndrome de senhorita Morello
Mesmo sendo um seriado cômico, em um único episódio de “Todo mundo odeio o Chris” dá para entender o quão necessário é estudar sobre a cultura e vivências de um povo para não reproduzir estereótipos mesmo com “toda a boa vontade do mundo”, assim como a senhorita Morello.
6º Bibliografia: nada de parar no tempo
É primordial atualizar a bibliografia que será trabalhada com alunos/as. Antes de começar, pesquise para ver o que encontra de opiniões sobre o livro/vídeo que pretende adotar em sala de aula. Há alguns livros que já são considerados ultrapassados ou problemáticos na abordagem de raça, então é bom estar atento/a.
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